Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco
Em 31/10/2017, o volume útil do Reservatório Equivalente da Bacia do Rio São Francisco era 2.550hm³, o que equivale a 5,37% do seu volume útil total. Na mesma data do ano passado o armazenamento era de 10,84% do volume útil.
A vazão natural afluente ao reservatório de Três Marias foi de 14m³/s e a vazão liberada de 310m³/s. No mês de outubro, a vazão natural afluente média ao reservatório de Três Marias é de 21m³/s e a vazão liberada média é de 308m³/s.
A vazão afluente ao reservatório de Sobradinho foi de 300m³/s e a vazão liberada, de 559m³/s. No mês de outubro, a vazão afluente média ao reservatório de Sobradinho é de 306m³/s e a vazão liberada média, de 563m³/s.
A vazão afluente ao reservatório de Itaparica foi de 500m³/s e a vazão liberada, de 561m³/s. No mês de outubro, a vazão afluente média ao reservatório de Itaparica é de 516m³/s e a vazão liberada média, de 541m³/s.
A vazão liberada pelo reservatório de Xingó foi de 566m³/s e a vazão liberada média no mês de outubro é de 556m³/s.
Acompanhe aqui a situação diária dos reservatórios do São Francisco
Consulte aqui os relatórios mensais de monitoramento do São Francisco
Reunião de avaliação das condições de operação futuras dos reservatórios
A partir de 8 de maio de 2017 as reuniões de avaliação das condições de operação dos reservatórios do rio São Francisco serão divulgadas, sem edição, no canal da Agência Nacional de Águas (ANA) no YouTube (https://www.youtube.com/user/anagovbr). Acompanhe abaixo as gravações disponíveis:
A Região Hidrográfica São Francisco possui aproximadamente 638.466 km² de área (7,5% do território nacional), abrangendo os seguintes estados: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e o Distrito Federal. O rio São Francisco nasce em Minas Gerais, na Serra da Canastra, e chega a sua foz, no Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe, percorrendo cerca de 2.800 km de extensão. A área possui 503 municípios e engloba parte do semiárido, que corresponde a aproximadamente 58% dessa região hidrográfica, que está dividida em quatro unidades: Alto São Francisco, Médio São Francisco, Submédio São Francisco e Baixo São Francisco.
A parte do semiárido nordestino apresenta períodos críticos de prolongadas estiagens, resultado da baixa pluviosidade e alta evapotranspiração. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a precipitação média anual na Região é de 1.003 mm, muito abaixo da média nacional, de 1.761 mm. A disponibilidade hídrica superficial é 1.886 m³/s, o que corresponde a 2,07% da disponibilidade superficial do país (91.071 m³/s). A vazão média é de 2.846 m³/s (1,58% da vazão média nacional, de 179.516 m³/s), e a vazão de retirada (demanda total), de 278 m³/s (9,8% da demanda nacional).
Com relação aos usos, há predomínio de retirada para irrigação (213,7 m³/s), que representa 77% do total de demandas na Região. A irrigação é seguida pela demanda urbana, com 31,3 m³/s (11%), concentrada principalmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e industrial com 19,8 m³/s (7%). A demanda animal da região é de 10,2 m³/s (4%) e a rural, de 3,7 m³/s (1%). A Região do São Francisco tem importante papel na geração de energia elétrica, com potencial instalado, em 2013, de 10.708 MW (12% do total do País). Destacam-se as usinas de Xingó (3.162 MW), Paulo Afonso IV (2.462 MW), Luiz Gonzaga (1.479 MW) e Sobradinho (1.050 MW). O aproveitamento hidrelétrico do Rio São Francisco representa a base de suprimento de energia do Nordeste.
Sobradinho e Xingó
Desde 2013, a bacia do rio São Francisco vem enfrentando condições hidrológicas adversas, com vazões e precipitações abaixo da média, com consequências nos níveis de armazenamento dos reservatórios instalados na bacia. Por isso, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) vem solicitando à ANA autorização para flexibilizar a regra de descargas mínimas de Sobradinho e Xingó.
A ANA vem autorizando a redução da vazão mínima defluente abaixo de 1.300 m³/s (patamar mínimo em situações de normalidade) tanto em Sobradinho quanto em Xingó desde a Resolução ANA nº 442/2013, quando o piso caiu para 1.100m³/s. Com a Resolução ANA nº 206/2015, em abril, foram mantidos os 1.100m³/s, mas o documento permitiu a redução para 1.000m³/s nos períodos de carga leve: dias úteis e sábados de 0h a 7h e durante todo o dia aos domingos e feriados. Em 29 de junho de 2015 a Resolução ANA nº 713/2015 reduziu o patamar mínimo para 900m³/s. A redução para 800m³/s se deu com a publicação da Resolução ANA nº 66, em 28 de janeiro de 2016 e este piso foi adotado até 31 de outubro do mesmo ano. O patamar atual, de 700m³/s, foi estabelecido com a Resolução ANA nº 1.283 e mantido até abril pela Resolução ANA nº 224/2017. O atual normativo, Resolução ANA nº 742/2017, reduz a defluência mínima média diária para 600m³/s, admitindo a prática de 570m³/s de vazão instantânea (a cada medição) até 30 de novembro de 2017.
As regras de operação dos reservatórios são revisadas periodicamente e novas resoluções são publicadas com os valores das vazões mínimas fixadas e a vigência da regra. Cabe à ANA definir as regras de operação de reservatórios a fim de garantir os usos múltiplos das águas, em articulação com o ONS em reservatórios de hidrelétricas. Fazem parte do Grupo de Acompanhamento do São Francisco representantes de diversas instituições, como a ANA, o ONS, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), prefeitos, irrigantes, entre outros.
De acordo com as resoluções da ANA sobre as vazões defluentes mínimas, a Chesf, responsável pela operação dos reservatórios, está sujeita à fiscalização da Agência. A Companhia também deve dar publicidade às informações técnicas da operação aos usuários da bacia e ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco durante o período de vazões defluentes mínimas reduzidas.
Três Marias
Segundo maior reservatório na calha do rio São Francisco, Três Marias (MG) desempenha um papel fundamental de regularização do manancial, pois está na parte mais alta da bacia e permite que a água armazenada seja liberada para o trecho a jusante (rio abaixo) em períodos de seca. Assim como acontece com Sobradinho, Três Marias tem sofrido uma redução de seu volume acumulado em função das condições hidrológicas adversas com vazões e chuvas abaixo da média. Por isso, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), responsável pela operação da barragem, vem reduzindo a vazão mínima defluente desde março de 2014, quando caiu de 350 para 220m³/s.
Após ajustes na captação de água da cidade de Pirapora (MG), a jusante de Três Marias, o patamar mínimo de defluência pôde ser reduzido para 180m³/s em julho de 2014. Desde então, a CEMIG promoveu outras reduções da defluência mínima de Três Marias, chegando à vazão mínima defluente de 80m³/s em fevereiro de 2015, aproveitando o volume das vazões incrementais (adicionais proporcionadas por chuvas e entrada de água de afluentes, por exemplo). O patamar voltou a subir e em maio passou de 200 para 300m³/s.
Para aumentar a transferência de água para Sobradinho de modo a reduzir a sua taxa de deplecionamento (queda no nível do reservatório), em setembro a vazão subiu para 500m³/s. No entanto, no início de dezembro caiu para 400m³/s com a permanência das baixas afluências. No fim de dezembro, houve outra redução, desta vez para 350m³/s. Em janeiro de 2016 aconteceram mais três reduções das defluências: para 300, 250 e 150m³/s. Diferente do que acontece em Sobradinho, Três Marias não possui descarga de fundo, ou seja, não pode liberar água por gravidade abaixo de seu volume útil.
Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do São Francisco (2015-2016)
Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do São Francisco (2004-2013)
Reservatórios de Sobradinho e Xingó - redução temporária da descarga
Resoluções da ANA
2017
2016
2015
2014
2013
Autorizações e Licenças IBAMA
2017
2016
2015
2014
2013
Relatórios CHESF
2017
2016
2015
2014
2013
Outros documentos
Relatórios Técnicos do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF)